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quinta-feira, fevereiro 12, 2009

Passos imprecisos



De todo o tempo o único que enraíza fundo é o da palavra certeira, da maçã verde e do romance inacabado. Se falta a luz nas margens é porque o rio é memória. Troco uma vida por um olhar ainda que meigo ou incertamente míope. Todos dizem que sabem de que é feito o passado ou os passos imprecisos. Conta-me, apesar de tudo isso, daquilo que te faz respirar ou mastigar um sonho denso, de quantas cores esmaecidas havemos de redigir os beijos incendiários, acontecem dias minuciosos e só dizê-los é assassiná-los para uma realidade maior que a boca ainda que doce, que ágil, que deslumbrada. A tua mão versátil é uma borboleta com os olhos de Darwin e evoluímos juntos e nada a não ser o querer nos cruza. Desce a maré no dorso da falésia, águia de voo lento e coração onde o adjectivo de entrada é imenso. Caem as horas em vez de pingos de líquidos de embriagar, o meu relógio cava os seguros segundos do futuro e do passado, e chego sempre atrasado, tenho fome e o universo é indigesto.