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quinta-feira, maio 11, 2006

suspendam-se as pontes...


De tempos a tempos a virtude inflamada de não ter mais nada que fazer ou pensar senão nas longas cartas que não escrevi quando era tempo de dizer assim a alma como os arbustos estivais vai definhando há uma fina poalha que desce sobre os ombros e quase nos empurra para o centro solitário de onde é um sacrifício pungente sair para a luz diária distâncias que se somam como se a vida tivesse um contrato aritmético a cumprir mas o que na verdade se passa é que vamos consumindo o coração pelas esquinas desencontradas que não escondem o vento nem os olhos que apesar de em baixo voo ainda assim perscrutam uma suposta fuga de longe em longe pisamos as flores por tédio por mero esquecimento da beleza que há quando as coisas se dizem em plenitude afirmação viril contra hesitações torpes nada fala a voz dos caminhos que não percorremos talvez a saudade de ter perdido tempo de não ter sabido dizer com voz plena que à distância o mundo se curva para nos facilitar o andar saberemos nós qual a maneira mais apropriada de amarrar o sentimento esse inconstante guardião de nós aos outros não nós pouco sabemos das encruzilhadas que nos esperavam se o rumo fosse aquele que apropriadamente se oferecia seres de inconstantes que pelas noites múltiplas da escolha se aquietam esperando que do pouco fazer nasça um universo talhado para nós quanto de inconsciência há em tudo o que nos diz respeito mas ainda assim podemos respirar o ar dos montes e beber o verde como um manto que nos agasalhará muito para além de qualquer frio.

1 comentário:

Anónimo disse...

Super color scheme, I like it! Good job. Go on.
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