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quinta-feira, novembro 12, 2009

Esperar de olhos sentados...

Para olhar havia uma janela, um dia partiram o vidro e colocaram uma fotografia das Caraíbas, só que a areia escorreu ferindo os olhos... Vieram então os peixes de prata que rodearam o luar e cintilaram na fome do pescador. Um barco de junco entrelaçado veio do antigo Egipto e Cleópatra quis ver como se ama no futuro. Tanto tempo nos calendários, disse ela, e ainda assim continua a haver quem morra à míngua de palavras que não estão mais que um segundo nos lábios. Foi aí que chegaram uns estranhos que inabilmente mexeram no coração dos caranguejos e todas as paixões recuaram. Chamaram, com voz de haver ternura, as mulheres de olhos garridos, injectados de sonhos e sons vespertinos, e ninguém as esperou para colher as papoilas de ígnea brevidade. Logo, chegaram os vendedores de milagres, frios e fundos como a noite, mas irresistíveis como uns lábios que até servem para respirar. Ele há coisas de difícil dizer, ele há coisas de ser sem palavras, ele há coisas de terno e absoluto abandono, ele há coisas de esperar que aconteçam, ainda que isso me dê muito sono…

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