A música como uma insidiosa serpente
enrosca-se na boca pequena,
nos violinos saídos do ventre
magnífico das prostitutas
um poema é escrito para impedir que
a noite possa fechar,
o cavalo das tuas coxas fulminantes
salta todos os obstáculos
e a cor azul desbota dos teus olhos
grandes para dizer a foz,
os rostos tocam-se numa bissectriz
rente aos lábios
e quando tudo isso acontece, sem que
o tempo o saiba,
eu danço com as palavras e morro no
dia único das borboletas
porque tão efémero é aquilo que digo
como aquilo que vivo.
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