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domingo, fevereiro 05, 2006

Da intolerância e do tempo


Hoje incendeiam-se embaixadas a troco de uma caricatura, ontem faziam-se cruzadas para matar os infiéis.
Hoje fazem-se explodir mártires a troco de uma causa, ontem uma causa colocava na fogueira mátires da intolerância.
Será que é o mesmo ódio que ontem e hoje nos alimenta? Ou será que apenas se cumpre a lei de Talião, do olho por olho, dente por dente?
Se ao invés de querermos apagar a memória a usássemos para iluminar o futuro, talvez pudéssemos caminhar juntos sem pedras na mão.
Será que ninguém se lembra das avisadas palavras de Voltaire: "nunca respondas a uma palavra de raiva com outra palavra de raiva, é a segunda palavra que faz a briga!"
Estaremos nós condenados ao vatícinio de Hobbes: homo homini lupus?
E eu que ambicionava um mundo melhor para os meus filhos e todos os que com eles hão-de partilhar o futuro, vejo agora como a ignorância e a ingenuidade são das poucas razões para ainda acreditarmos que dias melhores virão.
Sonhar é cada vez mais estreito e insuficiente e por isso, também, percebo melhor a cada dia que passa o presciente aviso de Aristóteles: "quando a maioria dos cidadãos se deixar de interessar e virar as costas aos assuntos da cidade, serão os crápulas e os indivíduos sem escrúpulos que se sentarão nas cadeiras do poder." Antes não tivesses razão velho filósofo...

1 comentário:

outroblog disse...

não acha que já lá estão?
hum..pois a mim parece-me que sim. o poder já é deles...irivj